quinta-feira, 3 de julho de 2008

documentação pessoal - resposta #9



1 comentário:

dinis machado disse...

Quem sou?

Artur Félix da cruz, nascido em Luxemburgo, 31 anos em 17 de fev de 2008, Artista (ainda que não acredite)

O que pensas de mim?

“Amo-te! Este jogo possui-me. Não sei dizer porque o jogo. Sou impelido para ele.
22/4/2007”
In Only You. Um Espectáculo só para si. Um artista ao seu dispor.

Como me definirias?

Às sete da manha em casa da Magda a perguntar “posso-te dar um beijo”, na cozinha do Pedro aflito porque eu tinha 18 anos, no teu quarto, deitado ao meu lado sem saber o teu nome, a conversarmos sobre a nulidade de disciplinas, sobre a total crença no conceito, e sobre a possibilidade de eu desenhar um edifício no almoço do dia a seguir a nos conhecermos no casa nostra, a jantar, a vender moveis, a carregar moveis, a falar de moveis, no computador a projectar, no computador a pesquisar, a desligar o despertador de manhã e a voltar a dormir, bis, bis, bis, bis, a fotografar, a fotografar-me, a dormir, a dormir-me, a cozinhar, a chegar com prendas, a dar nomes ao condriaco, fotografado em formato normal, 120, polaróide ou digital, a tomar comprimidos e cair pelas escadas, a chorar ao lado da fotografia da nan golding com um olho negro, a chorar em frente ao rotko, a chorar no quarto do porto, a chorar no quarto de Lisboa, a rir de mim, a fazer vozes fininhas e a rir, a dizer “queres quê?”, a ir-me buscar à academia, a falar-mos ao telemóvel durante horas porto-lisboa quando pagava dez euros e podia falar non-stop, a ver exposições, a ir ao teatro, a ir ao cinema, no metro, no comboio, no eléctrico, no carro a levar-me a casa, no ikea, sentado na eams, sentado na jacobson, sentado nos bancos alvar allto no de madeira e no preto, deitado à minha espera, a deitares-te depois do banho, a adormecer, tu a ler e a fazeres-me perguntas e eu a dar respostas subconscientes, a acordar e a ler enquanto esperava que tu acordasses, na carrinha das mudanças, na esplanada da foz antes de ires para a Dinamarca, na Dinamarca pelo telefone às 4 da manha a dizeres que tinhas snifado coca e que alguém te estava a mexer na pila, a voltar da Dinamarca com uma t-shirt, uma pulseira, uma carteira preta, uma pedra preta, em Espanha nós com a tua irmã, em Espanha nós com o Miguel em museus, em Espanha nós com o Miguel no parque botânico, eu a subir e descer rampas tu a bufar e o Miguel a chamar puta à puta que vendia bilhetes, em Espanha a foder em hosteles residuais, em Espanha a dormir em hosteles residuais, em Espanha a foder e dormir num hotel de 4 estrelas onde roubam telemóveis, em Espanha a fotografar compulsivamente, em Espanha a ser fotografado compulsivamente, em Lisboa à espera que eu volte da escola, em Lisboa à espera que eu volte do trabalho, quando não estavas em Lisboa, quando eu não estava em Lisboa, quando morava-mos em Lisboa e íamos ver os amigos ao porto, com a Magda em Lisboa, com a Marisa em Lisboa, a planear ir para Londres, sentado na cama a perguntar se ainda gostava de ti, em torres Vedras, a desenhar-me, deitado na cama depois de foder a dizeres que gostas de mim, deitado na cama depois de foder a falar de trivialidades, deitado na cama depois de foder a agendar o dia seguinte, deitado na cama depois de foder sem falar, deitado na cama depois de foder com a cabeça no meu peito a dizeres que eu vou viver muitos anos porque tenho poucos batimentos por min, a fazeres o site da caixa branca, a fazeres o flyer do ponto de fuga, a dizeres à Paula que o ponto de fuga era o único bom espectáculo que tinhas visto nos últimos tempos, a dizeres que o meu trabalho era sobre continuar a ser criança, a dizeres que não ias ver o only you, a desenhares o quintal, a desenhares a casa da amiga de Lisboa, a visitar-mos o quintal, a desenhar-mos a casa da amiga de Lisboa, a discutirmos um linha de portas para a casa da amiga de Lisboa, a discutirmos portadas da casa da amiga de Lisboa, a sermos assaltados em Lisboa, a vermos a casa de Lisboa para alugar, a alugar-mos a casa de Lisboa a lixar-mos a casa de Lisboa, a envernizar-mos a casa de Lisboa, na saga do esquentador, em casa da Maria a falar de cursos para ti que nos deu outro esquentador, a beijares-me, a beijares-me o pescoço, a beijares-me a orelha, eu a beijar-te a orelha do brinco, eu a beijar-te a outra orelha, eu a beijar-te o pescoço comme dês garçons, e mais não digo porque vais postar isto no blog.