Isabel Maria Vieira Gaspar, 20/12/1976, Licenciada em Tradução, sou tradutora, relações públicas e produtora de actividades culturais na Fonoteca Municipal de Lisboa, quando era mais pequenina queria ser Engenheira Solteira.
Não me lembro de quando te encontrei… estás nas fotografias de todas as minhas idades, mesmo nas de que não tenho fotografias. Então procuro-te… vou recuando pelos anos que não param diante dos meus olhos fechados, e que ainda assim não contém as lágrimas…, mas não encontro o início. Desde que dou conta de mim, tu já existes: ao lado das nossas mães, dos amigos que saíram e entraram das nossas vidas (e que, curiosamente, poucas vezes foram os mesmos), dos teus inseparáveis (terei conhecido todos?), da tua ausência onde nunca deixas-te de estar presente…
Não te consigo definir escrevendo nem pintando... só poderás ler-me, olhando-me quando te recordo. Pensar em ti não é dizer-te obstinado, teimoso, “fácil”, apaixonado, magro, realista, sensível, humilde, forte, inteligente, bonito, gordo, amante ou solitário, porque és tudo isto, muito mais e nada disto, dependendo do contexto. Pensar em ti é fazer uma retrospectiva que tem seguramente 20 anos, que eu não sei como e onde começou e que tem formas, cores e características diferentes dependendo da geografia, dos amores e da idade. Lembro-me de tantas coisas importantes que fiz ou partilhei contigo… de tantos sítios, tantas loucuras e do quanto quero estar contigo ainda. Poderei dizer, com certeza, sim, que és digno e merecedor do (meu) melhor, que perder-te seria perder parte do meu chão, que não é possível demover-te de uma crença (por mais banal ou crucial que seja) e que ter-te nunca é indiferente a quem te tem; ao contrário do que hoje há quem possa pensar, inclusive tu próprio, poucos marcam a vida dos outros como tu o fazes: poucos se empenham como tu te empenhas, poucos sabem ser companheiros como tu sabes - os alvos do teu amor (independentemente da forma) saberão, mas à distância, quão único é partilhar a vida contigo.
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